Quem?? Me diga?
Mas o bom é saber e poder conjugar esse verbo,
substituir o "estou perdendo tempo" por
"tive um tempo perdido". Enxergar as duas
situações é terrível!! A primeira se iguala a
estar presa num cubículo e meter pé na porta
e sair prá vida! Se libertar do ranso! Ficar mais
leve! A segunda é quando a poeira assenta e
se vê a bosta de situação em que se estava e se
percebe com tristeza de tanto tempo perdido...
Que pena...mas, paciência... o importante é
mesmo saber conjugar esse verbo.
Vou até colar aqui a cronica do Luis Alca de Sant' Anna
que fala sobre isso, muuuuito melhor do que eu!! :)
"Dizer que não existe tempo perdido
em nossa vida, que todas as fases e períodos
valeram de uma forma ou de outra como capítulos
da nossa trajetória é historinha para enganar
bobo ou para quem prefere viver a alienação.
Há tempo perdido, sim, e é preciso ter coragem
para enxergar isso. Ortega y Gasset, o grande
filósofo espanhol, um dos meus preferidos, dizia
"paga-se o erro com a vida, com pedaços preciosos
dessa vida que são entregues ao nada quando não
aproveitados".
Hoje passadas as nuvens ilusórias e o medo de dar
de cara com a minha acomodação num determinado
momento, assumo claramente o meu tempo perdido.
Com uma certa melancolia, mas consciente de que,
em nome dessa parada, não posso mais perder esses
pedaços preciosos no que o futuro-mistério ainda
me reserva por viver.
Tempo perdido aquele em que nos desgastamos à toa,
em que permanecemos ao lado de quem não nos
amava, nada nos acrescentava, em que desperdiçamos
potências, em que convivemos sem o calor do
estímulo, a recompensa do envolvimento e o prazer
de seguir em frente, parados que ficamos por
nada. Ignorando os nossos talentos e deixando
zerar a auto-estima." (Luiz Alca de Sant'Anna)